A Saúde é um dos campos em que as pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis (LGBTT) mais encontram problemas para obterem acesso à serviços da mesma forma que os heterossexuais, tendo em vista que a formação dos profissionais de saúde parte de uma lógica que reduz o entendimento das pessoas por parte dos profissionais assumindo que todas são heterossexuais e as demais orientações e identidades sexuais são desviantes, consequência da chamada “heterossexualidade compulsória”. Nesse sentido, os profissionais de saúde têm uma função primordial na garantia de direitos humanos e inclusão de pessoas LGBTT, mas ainda carece de modelos formativos em suas formações profissionais que garantam o entendimento e a possibilidade de intervenção que respeite a singularidade das pessoas, independente de suas orientações e identidades sexuais. Na medida em que os serviços públicos de saúde são fundados sob o signo da universalidade do acesso, irrestrito a tod@s cidad@s brasileiros, é de imensa relevância a discussão da diversidade como “orientação sexual” e, baseado nas teorias que versam sobre a heteronormatividade na Sociedade Contemporânea atual, a vivencia prática nos referidos serviços implica diversas vezes na exclusão e invisibilidade das “orientações” não heterossexuais, com experiências de discriminação impetradas por profissionais responsáveis pela saúde das pessoas, independente da orientação e identicidade sexual dos pacientes. Estudos desse fenômeno, em suas variadas formas de apresentação e sujeitos, têm figurado entre as pautas acadêmicas mais frequentes nas últimas décadas, diante da sua forte presença na sociedade, notadamente naquelas mais urbanizadas. Existe uma crescente preocupação direcionada, nacionalmente, a relevância e os impactos dessa temática nas condições de saúde da população. Mesmo em face aos avanços, como a Política Nacional de Saúde Integral de LGBTT, ainda persistem lacunas no entendimento de algumas questões concernentes à saúde e seus contornos em relação à temática do gênero. Dos dias 21 a 23 de novembro, será realizada a 3ª Semana de Combate às Fobias de Gênero na Saúde, no Centro de Ciências da Saúde/UFSC, instituído por diversos coletivos, movimentos sociais, instituições, organizações e pessoas comprometidas com a Diversidade de Florianópolis com o objetivo de construção de uma comunicação ampla entre todos esses segmentos junto com as esferas de poder público e privado. III SEMANA DE COMBATE ÀS FOBIAS DE GÊNERO NA SAÚDE Programação Completa LOCAL: Universidade Federal de Santa Catarina – Centro de Ciências da Saúde – Bloco H – Auditório da Pós-Graduação Horário: das 18 às 22 horas. Dia 23/11 – Violências Institucionais e Gênero 18 HORAS – ABERTURA OFICIAL 18:30 HS – PERFORMANCE DE ABERTURA – “NÃO DURMA AGORA“ Atriz/performer: Luane Pedroso Direção: Jussyane Emídio Apoio técnico: Reinaldo Eusébio 19 HORAS – VIOLÊNCIAS DE GÊNEROS NAS INSTITUIÇÕES “Corpos em aliança: democracia e diversidade” – Prof. Dr. João Manuel de Oliveira – PPGP/UFSC “Dilemas e caminhos contra a violência de Gênero na Universidade” – Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidade/UFSC “A exclusão dos corpos femininos gestantes no mundo do trabalho” – Profa. Dra. Bárbara Oliveira – IFSC/Florianópolis “Financiamento e conservadorismo em gênero e diversidade sexual” – Prof. Dr. Douglas Kovaleski – NEPAS/SPB/UFSC “Cidadania LGBT” – Jenn Lopez – Conselho Municipal de Direito de Pessoas LGBT/Florianópolis/SC Moderação: Heitor Mondardo – Acadêmico do Curso de Medicina/UFSC Haverá debate com o público após as exposições Dia 22/11 – Violências de Gêneros e os Profissionais da Saúde 18 HORAS – SESSÃO DE CURTAS sobre Gênero e Diversidade sexual produzidos por acadêmicos do CCS/UFSC 18:30 HORAS – VIOLÊNCIA DE GÊNEROS COMETIDAS POR PROFISSIONAIS NA SAÚDE “Sobre a Resolução CFP 001/1999” – Prof. Dr. Daniel Kerry – CRP-SC “Ideologia de Gênero: discussão de gênero e sexualidade no âmbito Escolar e acadêmico” – Margareth da Silva Hernandes – Presidente da Comissão de Direito Homoafetivo e Gênero da OAB/SC “Perspectiva moral por trás da falta de capacitação dos profissionais para atenção à população LGBT” – Profa. Dra. Mirele Finckler/NUPEBISC/UFSC “O Direito a Atenção Primária à Saúde: sobre o ambulatório Trans” – Thiago Cherem – Médico de Família e Comunidade/Florianópolis/SC “Contra a Cura Gay” – Mari Queiroz – Psicologa e ativista “Violência obstétrica” – Profa. Dra. Lígia Moreiras Sena – Pesquisadora e cyberativista “Aborto legal no Brasil” – Raphaela Rezende Nogueira Rodrigues – Socióloga/Mestranda do PPGSC/UFSC Moderação: Flora Brasil – Acadêmica de Medicina/UFSC e presidenta do CALIMED/UFSC Haverá debate com o público após as exposições Dia 23/11 – Violência de Gênero entre populações negligenciadas 18 HORAS – PERFORMOPALESTRA – “NEM 1 A – ” Performer: Atriz Stefanie Liz Polidoro – PPGT/UDESC) 18:30 HORAS – VIOLÊNCIA DE GÊNEROS E AS POPULAÇÕES NEGLIGENCIADAS “Cidadania, discriminação e prostituição ” – Maria Zanella – Ativista e Mestranda/PPGSS/UFSC “Cidadania de Homens Trans” – Fernando Maldonado – Ativista trans “A Saúde dos Homens Trans” – Christian Pedro Mariano – Ativista trans “Violência de gênero nas trajetórias de moradores de rua” – Prof. Dalvan de Campos – UNIASSELVI/Blumenau “Saúde das mulheres privadas de liberdade” – Profa. Dra. Sheila Rúbia Lindner – Observatório de Direitos Humanos e Saúde Coletiva/ UFSC Moderadora: Mônica Machado Cunha e Mello – Psicóloga/Mestranda do PPGSC/UFSC Haverá debate com o público após as exposições
Participante
Inscrições encerradas há aproximadamente 7 anos (24/11/2017)